FMI felicita Angola pelas reformas económicas implementadas desde 2017
Angola saiu de um crescimento económico negativo para um crescimento económico positivo, fruto das reformas que está a implementar, fundamentais para o crescimento e estabilidade macroeconómica.
A revelação foi feita ontem, em Luanda, pela Directora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, após a audiência que lhe foi concedida, no Palácio Presidencial, pelo Chefe de Estado, João Lourenço.
“Felicitei o Governo angolano pelas reformas transformadoras que têm acontecido desde 2017. Também estou bastante feliz pelo facto de o Fundo Monetário Internacional ter apoia- do este processo de reformas que aconteceu em Angola”, confessou Kristalina Georgieva, em declarações aos jornalistas.
“Nesta altura, vivemos um momento em que Angola conseguiu virar a página de um crescimento económico negativo para um crescimento económico positivo. Essas reformas devem continuar no mundo cada vez mais em mudança. As transformações económicas, os choques climáticos e todos estes efeitos negativos requerem que os países tenham medidas de resiliência e economias resilientes”, constatou.
A Directora-geral do FMI revelou, igualmente, que o diálogo com o Presidente João Lourenço permitiu abordar questões que têm a ver com as reformas nos vários sectores da vida do país, tendo enfatizado que tais procedimentos podem levar a alcançar, também, o desenvolvimento a nível do continente.
“Essas reformas são os fundamentos para o crescimento macroeconómico e a estabilidade macroeconómica essenciais para Angola”, acrescentou Kristalina Georgieva, que disse ter aproveitado a ocasião para felicitar o país pela liderança da União Africana, “tendo como foco o desenvolvimento de infra-estruturas, que são bastante importantes para o desenvolvimento do continente”.
Questionada sobre se aconselhava o Governo angolano a prosseguir a retirada dos subsídios aos combustíveis, Kristalina Georgieva reconheceu a necessidade destas medidas económicas, no sentido de fazer com que a despesa pública seja feita para o benefício da maioria da população angolana.
“Por isso, apoiamos o Governo nestas medidas de remoção gradual e cuidadosa dos subsídios de combustível, porque esses subsídios beneficiam apenas as pessoas ricas em Angola”, referiu, explicando que se recomenda ao Governo angolano a utilização das poupanças provenientes da remoção de subsídios “para o benefício das pessoas mais carenciadas que precisam de apoio”.
Kristalina Georgieva entende que Angola está a proceder da melhor forma, ao fazer a remoção da subvenção “de forma gradual e bastante cuidadosa”, apelando que se preste, primeiro, ajuda às pessoas pobres, “porque são as mais afectadas pelos problemas decorrentes da retirada dos subsídios”.
“É importante lembrar, aqui, que o Governo, no seu PIB, gasta 2,5 por cento para, portanto, subsidiar os combustíveis. Então, imagine o quão bom seria, portanto, a remoção dos subsídios, criando emprego para a juventude, incentivando o comércio, reforçar a educação e todos os outros sectores”, disse.
A Directora-geral do Fundo Monetário elogiou, também, os programas de apoio social desenvolvidos por Angola, tendo destacado o “Kwenda”, que já apoia 1,7 milhões de pessoas, números que considera “um marco bastante importante”, sugerindo mais expansão do apoio aos pobres, “no sentido de torná-lo cada vez mais eficiente”.